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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Primavera em Agosto.

Tudo com você me inspira.
Falar sobre nossos momentos juntos é deslizar fácil pelas palavras e pelo sentimento. 
Seus olhos de RX que desenham e que traçam cada linha do meu corpo, cada linear do meu rosto, cada semi-sorriso da minha boca. Você me planeja com seus olhos, com seus dedos. Já conhece diversos ângulos, que te dão material suficiente para se inspirar e pirar.
É como se eu fosse algo a ser eternizado. Não tenho medidas que possam te dizer o quanto me sinto privilegiada e honrada!
Você não pensa em mim. Que susto! Não, você não pensa em mim em nenhum minuto do seu atarefado dia, você me SENTE. Que maneira mais sensível, delicada e sedutora de me dizer o tanto de bem que te faço!
Eu, que normalmente me acho dominadora da palavra, fico sem ter o que falar. Só consigo perguntar, como pode ser tão bom a mistura de nós dois juntos? Você, com seu jeito sensível, olha bem dentro dos meus olhos e diz: "sabe porque é tão bom quando estamos juntos? Eu ainda não te disse? Então preste bem atenção _ segura meu rosto com suas mãos carinhosas e pausadamente diz _ é bom assim desse tanto, porque eu já sei, eu sempre soube, EU TE AMO". Paraliso-me pelo choque do que ouço. Segundos intensos e infindáveis se passam e quando finalmente recobro meus movimentos te abraço trêmula, feliz, cheia de medo, mas um medo bom. Não repito as mesmas palavras para não retirar-lhes a singularidade, a singeleza, a grandiosidade do tom que sua voz e seu coração deram a elas. Ainda assim, te olho, espero o tempo certo para que a importância que você imprimiu ao momento se aquiete e, aí então me entrego, retribuo o sentimento. 
Há quem diga que seja piegas. Por um tempo eu compartilhava da descrença e desesperança desses, mas o encantamento que hoje vivo nos seus braços não me deixa dúvida do tanto que não tem nada de piegas no amor.

O amor é sublime. 
Ser e ter o seu amor é de uma sublimação imensurável.

Por San Carvalho

Texto em minha homenagem. Todo conteúdo reservado a Dim Romano.

domingo, 18 de agosto de 2013

O Sopro do Nosso Anjo.

Ah, esse seu cheiro!
Que me embriaga e me faz perder o rumo da minha sensatez. Eu, que já não tenho senso de direção, fico sem saber para onde ir, me desconcentro. Caio da própria altura. Se não sou capaz de perder o poder da palavra, perco o juízo e me perco no seu juízo. 
Ah, esse seu cheiro! Seja sempre o sorriso que me orienta, o olhar no fundo dos meus olhos que me faz segura, as mãos que me cuidam e que procuram pelas minhas, porque esse seu cheiro, não, esse me tira o sono, me tira a capacidade de manter-me em terra firme. Me entorpece.
Minhas armas mais eficazes, que eram o juízo e a sobriedade você já rendeu somente com a presença desse cheiro. Escudos que conservo intactos desde a Idade Média, quando já éramos um do outro, esses também não existem mais. caíram ao chão. Falhas na blindagem, frestas. Você apareceu de mansinho. Primeiro me fez sentir muito medo e depois sabiamente penetrou pelas aberturas que existiam. Assim tomou conta do meu interior. E, por um ato falho também me permitiu entrar e me acomodar aí, sem pedir licença, como uma invasão mesmo.
Agora, convivo de frente com toda a minha fragilidade, toda minha vulnerabilidade. E isso é bom. É bom sentir novamente que sou frágil, que sou humana, que ainda posso sentir. 
Um sopro de fração de segundos me fez te encontrar e sua coragem, sua perseverança veio em busca de mim. Era o nosso anjo em comum nos juntando. Ele usou as armas que tinha para nos unir. 
Como é anestesiante esse seu cheiro! Como pode um cheiro ser tão familiar e tão envolvente? A mim parece que ele está nas minhas entranhas há anos, milhares de anos, tempos passados, longínquos.
Me faça sempre esse favor. Seja esse olhar que me acalma e me instiga, esse beijo que me conforta e me deseja, esse abraço que me acolhe e me enche de serenidade, esse corpo que se molda e se confunde ao meu e esse juízo que me mantêm em terra.
"Uma coisa de cada vez". Nunca uma expressão teve tanto significado, tanto cheiro, e tanta sedução! Sim, é assim que é, é assim que tem que ser.
Sintonia desconexa e perfeita. Não há perguntas sem respostas e nem há respostas que não se possa dar. É bem bom que seja assim.

Por San Carvalho

Só tinha de ser com você - Quarteto Jobim



sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Medianeras

Era para ser só um café entre duas pessoas, que queriam muito um dia a sós, para se conhecerem melhor, para trocarem ideias. Muito bem dito: ERA. 
Ela, se sentindo toda atrapalhada para se aprontar. Enrolada entre um telefonema e a escolha do que vestir. Olhava para o jeans. Olhava outras peças. Caramba! Como sair pela primeira vez com um homem usando algo que a faça parecer uma mulher madura? Era tudo tão novo, ou tão renovo! A sensação de estar atrasada não deixou muito tempo para escolher. Que seja o jeans, que está ali quieto, a espera pela sua indecisão.
Ele, por sua vez, com uma pontualidade britânica já avisa com um pequeno torpedo: "cheguei"
Finalmente pronta, respira e sai. Quanta tensão! No caminho ela reza e pede a Deus que Ele sinalize se ele for um homem para amá-la.
O percurso era curto, mas durou uma eternidade. Mãos que suam, pernas que tremem, respiração fora do normal. Uma mistura de bem estar e ansiedade anestesiante. Ela precisa controlar seus nervos e não parecer uma adolescente quando o encontrar. Qual técnica usar? Parar em todos os sinais, diminuir a velocidade do carro e rezar. Quase funcionou.
Enfim o primeiro olho no olho. Ele, um homem experiente, maduro, sensível, cheio de charme, tímido, sereno e o cheiro! Ah o cheiro é de embriagar. 
O lugar é aconchegante e a companhia dele envolvente! Muito frio lá fora, mas quem se importa com o frio e a garoa fina? Ela toma todos os cuidados para não demonstrar que está encantada. Coisa de gente com tendência à covardia. Gente que não gosta de se deixar mostrar frágil. Quanta bobagem! Até parece que ele já não percebeu que ela está absolutamente rendida com aqueles olhos verdes que sorriem juntos toda vez que o sorriso sai de seus lábios! A ela parecia que a natureza havia se instalado lá dentro e refletia a alma nobre daquele moço, que conseguiu encontrá-la no meio da multidão (lembrei do filme Medianeras). Olhava para ele e se sentia novamente na adolescência. 
Sentou-se propositalmente ao seu lado, por vezes se posicionava de frente para ele e o tocou também propositalmente. Entrou pelas pequenas janelas esverdeadas e pôde conhecer um pouco da alma daquele homem. "Entrou" dentro dele. Fazia muito tempo que ela não se sentia tão viva. Lá dentro havia vida.
De repente o medo. E se nunca mais ela o visse? Como assim? Ela, que tem o coração trancado, guardado de qualquer sentimento que possa feri-la, agora tem receio diante da possibilidade de não vê-lo mais. Ambos estavam muito reticentes. Ninguém provocava a aproximação. Ambos queriam, mas a dúvida pairava no pensamento. 
Sob uma garoa fina, frio e com capuzes nas cabeças como dois adolescentes ele tem um gesto inesperado: beija sua testa. Era o sinal que ela tinha pedido no caminho até o café. Quanta ternura e quanto respeito estavam contidos naquele gesto! Ambos se abraçam e ficam de frente um para o outro, em silêncio. Só os rostos se tocam. Segundos eternos se passam. Enfim o beijo, mágico beijo, correspondido em tamanha intensidade que a racionalidade do encontro se dissolve. Ambos estavam ansiosos por este e pelos outros beijos que se seguiram. Ela, apesar do impulso, consegue controlar os instintos de mulher e racionaliza novamente. Que bom que ele tinha adoçado seu café com juízo, porque no café dela só entrou desejo.
Finalmente nas paredes destes dois corações onde havia muito frio e chuva pôde-se então construir uma pequena janela (medianeras) e o sol entrou esquentando e tomando conta dos seus interiores. Lá, no meio da multidão estava ela e ele teve a paciência necessária para ir buscá-la somente olhado por esta pequenina janela, onde o raio de sol trazia a força dela até ele.

Hora de ir. Uma bela noite! O encantamento se transformou num misto de desejo e admiração. Ela ainda conseguiu vê-lo pelo retrovisor enquanto dirigia para casa.

Seus pensamentos não estão em ordem. Nem os dele. Era preciso um novo encontro. Era vital entrar novamente dentro daquele par de olhos.

Por San Carvalho


olhos de Dim Romano (minha inspiração para este texto)

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Fred.

Como está barulhento dentro de mim esse silêncio, que ecoa quando chego em casa e meus ouvidos não escutam mais você pedir minha atenção!

Quanta falta me faz sua falta de tempero nos latidos!

Quanta falta me faz seus latidos roucos pela velhice e sua pouca paciência em esperar pela ração e sua água.

Esta não é a mesma casa, nem é o mesmo silêncio.

Há 18 anos não se via por aqui um silêncio tão ensurdecedor.

Que cruel saudade!

Até os vasos de flores estão solitários sem você Fred, que nos últimos anos, já "desconfigurado" pela velhice, neles demarcava seu território.

Quanto pouca graça tem a nossa casa sem você!

Tudo aqui lembra nosso velho cão, que veio ainda pequeno, com sua patas dianteiras tortas e que passou o primeiro mês no banheiro para não acordar os vizinhos.

Você, que no seu último ano os acordava com seus latidos, por suas dores de cão em idade avançada.

Ao silêncio que você deixou em nossa casa eu te deixo um "silêncio" de saudade.


Por san Carvalho