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domingo, 22 de setembro de 2013

A Violeta Azul e o Dia 22 de Setembro.

Era uma vez, num dia 22 de setembro de um desses tantos anos depois de Cristo, com certeza. O dia era como hoje, tempo ameno, sem sol, mas a primavera já dava seus primeiros sintomas, belos sinais de que ela aconteceria em breve. O maior desses sinais era o nascimento de uma menina, de olhos negros, miúda, com cheiro de mamão papaia e muito lindinha. Foi nesse dia que eu fui prestigiar o nascimento dessa criança com uma violeta azul nas mãos e me deparei com aquela menininha. Fiquei com a forte impressão que ela iria quebrar, tamanha era sua delicadeza. 
E foi nesse mesmo dia que nunca mais as primaveras foram sem cores, sem flores, sem perfume, sem beleza e sem amores. Ela nasceu e carregou forte com suas tintas coloridas cada Estação de sua vida e assim será por muitos e muitos anos. Neste mesmo dia, o Nosso Deus Misericordioso encheu de Graça e Luz a vida dessa criança.  Infância pouco convencional, visto que sua mãe foi chamada a viver ao lado do Pai Maior, ainda quando ela era uma "pequerrucha", mas sei que o amor que ela recebeu foi aprovado lá do céu.

E que venham muitas Primaveras, a Estação com seu frescor, com seus sabores, com suas cores e os seus amores, assim como os seus muitos aniversários, que coincidem ser no mesmo dia 22 de setembro.
E que venham os Invernos aconchegantes e seus chocolates quentes.
E que venham os Outonos, com seus muitos espirros forrando o chão como um tapete musical com suas folhas secas e com seus cheiros exuberantes.
E que venham os verões com muito sol ardente, caliente. Com seus bronzeados saudáveis, salgando o azul do mar.
Que tudo isto represente simbolicamente a vida dessa pequena, frágil, delicada, mas forte e brava menina, que aprendeu desde muito cedo a superar as adversidades da vida.

Este texto fiz em 22 de setembro de 2013. Em homenagem a minha sobrinha querida, Carolina Carvalho. Pessoa de temperamento não tão ameno como estava o clima no dia em que ela nasceu. Herdou de sua mãe (minha irmã) o gênio forte e por ter nascido sob o signo de virgem, um humor com pitadas apimentadas de crítica, autocrítica, exigência e auto-exigência.


Deixo pois aqui, minhas reverências.

Por San Carvalho




Era uma vez, em 1992, uma violeta azul...                         Era uma vez, em 2013, uma violeta vermelha...



sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Pessoas e Suas Camadas.

Faz tempo que ando perambulando pelos contos e até me arriscando em algo mais poético. Hoje, resolvi voltar ao meu estilo preferido de escrita: a Crônica.

Estava pensando um dia desses sobre como as pessoas são feitas de camadas. Impossível não lembrar aqui da cena do filme Shrek onde as personagens do Ogro e o Burro filosofam sobre o assunto. Foi exatamente este diálogo que inspirou meus pensamentos. As pessoas são mesmo feitas de camadas. Existem aquelas feitas de camadas firmes, consistentes, temperadas com verdade, com sabedoria, com generosidade, bondade, afetividade e tantas outras características que no mundo atual até podem parecer ultrapassadas. Eu conheço pessoas assim, não tanto quanto eu gostaria, mas tenho a honra de conhecer algumas. Pessoas que não criticam, não contaminam, não pesam com palavras desnecessárias e nem com excesso de sinceridade.
Por outro lado também conheço pessoas e, nesse caso, um bom número delas, que são feitas de camadas leves, rasas, que num sopro se desfazem. Camadas de não verdades, de superficialidade, de manipulação, de desamor, de amargor. Pessoas que precisam se agarrar ao outro para existir,  para se dizerem felizes, que utilizam o nome de Deus e se colocam num altar como se o outro não tivesse sido escolhido pelo próprio Filho de Deus para ser amado como a si próprio. Não, a fé do outro para estas pessoas é absolutamente desconsiderada. Segundo sua visão distorcida,  professam uma fé mais profunda que a do próximo e portanto, se acham mais "ungidas".
Ora vejam, quem realmente quer ter camadas resistentes e consistentes tem por base aquela que é o princípio da formação humana: a humildade. 
Camadas são como tatuagem, que uma vez feita, por mais que as retiremos ou as cubramos, elas estarão lá, no "subsolo" da personalidade. Não serão mais enxergadas, mas estarão sempre lá. São lembranças do que foi dito, do que um dia fomos ou do que hoje somos. As camadas estarão sempre lá, sejam leves ou sejam consistentes como rocha. 
Evolução é acima de tudo procurar ter camadas que nos definam como pessoas organizadas, de fé, de "palavra", como se diz na terra onde nasci. 
De minha parte prefiro ter entre minhas relações pessoas com camadas cheias de verdade e, com verdades.

É assim que sei ser e é desse jeito que aprendi a admirar as pessoas.

Por San Carvalho




terça-feira, 3 de setembro de 2013

O Bom Ladrão.

Não conheço outra maneira para iniciar esta história que não seja do jeito mais tradicional que existe.

Era uma vez uma mulher, um homem e um anjo...
Ela, a mulher não procurava por nada, exceto ser do bem, ser um bom ser humano e só esperava de Deus continuar sendo feliz. Parece pouco e cômodo, mas considerando o trajeto de vida pelo qual ela passou isso significava a diferença entre viver e morrer e ela fez a escolha por viver. Claro que lhe faltava algo e ela sabia bem disto. Faltava-lhe alguém para acrescentar a esta felicidade mais cor, mais vida e com quem ela pudesse repartir suas emoções. Alguém que chegaria e abriria seu coração para fazê-la entender o real significado da palavra amor. Não tenho bem certeza se foi por comodismo ou simplesmente por descrença. O fato é que ela ficou onde estava, sem se movimentar em direção a esta lacuna. Ela nem sequer acreditava, era-lhe quase surreal a existência de uma pessoa que pudesse ser milímetros próxima ao que tanto se canta em verso e prosa.
Ele, o homem era inteligente, gentil, compreensivo e amoroso. Estava feliz e realizado e, ao contrário dela, não esperava, nem procurava. Passou muitos anos ocupado demais e pouco teve tempo para cuidar da sua vida afetiva. Amava sim, mas a vida como um todo. Não "enlouquecia em cima de uma ideia.  Deixava as coisas seguirem seu caminho natural". Um dia, talvez fosse importante ter uma mulher que completasse a felicidade que já existia em sua vida.
Deus sabia que teria que enviar um intermediador para que finalmente esses corações se encontrassem. Eram um o desejo do outro. Deus, na sua infinita sabedoria e bondade deu essa missão ao seu anjo mais gentil, delicado, trabalhador e amável. 
Esse anjo havia recebido uma incumbência de Deus. A ordem Divina era descer à Terra e fazer com que finalmente esta mulher se encontrasse com aquele homem, feito sob medida para ela. Era sua tarefa aproximar finalmente essas duas almas.
O anjo marcou um encontro entre eles. Encontro que por segundos quase não aconteceu, mas ele era anjo e sabia que ferramentas usar. 
Qual não foi sua surpresa ao se deparar com aquela mulher! Existia nela um olhar que o prendia ali. Ele não tinha vontade de voltar para o céu depois de cumprir sua missão. Estava apaixonado por ela. Assim, no primeiro olhar, no primeiro sorriso. E agora? O que fazer? Precisava elaborar um plano para que todos ficassem felizes nesta história.
Foi então que teve uma ideia. Entrou dentro da alma daquele homem. Invadiu os olhos de sua amada, seduziu-a com seu olhar encantador e  permaneceu entre os mortais.

Hoje, ele conta para todos esta bela história de amor. O amor de um anjo, que tornou-se homem, por uma mulher e o quanto está feliz ao lado dela. É conhecido como o "bom ladrão", que roubou o coração da amada do seu protegido.

Se foram felizes para sempre? Isso com toda a certeza, porque o "para sempre" é para sempre hoje.

"Hoje estarás comigo no paraíso"

"...Eu desistiria da eternidade para tocar em você, pois sei que de alguma forma você me percebe..."


Cena do filme Cidade dos Anjos