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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Ele e Ela. Um clássico do Amor.

Este texto abaixo recebi de uma amiga e, sinceramente, desconheço o autor, mas me vem uma pitada de ciúmes de quem o escreveu, porque todas estas ideias já estavam na minha cabeça e eu nunca consegui passá-las para o "papel". Deixo aqui meus respeitos e, se quem o escreveu, por acaso ler, se identifique, por favor.


"ELE anda cansado das baladas e dos casos furtivos sem sentimentos. Aprendeu a gostar da própria companhia, sem precisar estar em uma turma de amigos todos os sábados. Decidiu que quer um amor verdadeiro… que pode nem ser eterno, mas que traga um sabor doce às suas manhãs, que seja a melhor companhia para olhar a lua. Que ele possa exibir os seus dons na cozinha e o seu conhecimento em vinhos, só para ela. Quer uma mulher que ele reconheça pelo cheiro dos cabelos, pelo toque dos dedos, pela gargalhada que vai ecoar pela casa transformando um domingo sem graça, no melhor dia da semana. Quer viver uma paixão tranquila e turbulenta de desejos… quer ter para quem voltar depois de estar com os amigos, sem precisar ficar “caçando” companhias vazias e encontros efêmeros. Quer deitar no tapete da sala e ficar observando enquanto ela, de short jeans, camiseta e um rabo de cavalo, lê um livro no sofá, quer deitar na cama desejando que ela saia do banho com uma lingerie de tirar o fôlego. Quer brincar de guerra de travesseiros, até que o perdedor vá até a cozinha pegar água. Quer o poder que nenhum dos seus super heróis da infância tiveram… o poder de amar sem medo, sem perigo e sem ir embora no dia seguinte. Quer provar que pode fazer essa mulher feliz!

ELA quase deixou de acreditar que seria possível ter vontade de se envolver novamente. Foram tantas para não mais se machucar. Então percebeu que a vida de solteira já não está fazendo tanto sentido. Decidiu que quer um amor verdadeiro… que pode nem ser eterno, mas que possa acordá-la com um abraço que fará o seu dia feliz, quer um homem que ela possa cuidar e amar sem receios de que está sendo enganada. Quer a alegria dos finais de semana juntinhos, as expectativas dos planos construídos, o grito de “gol” estremecendo a casa quando o time dele estiver ganhando… a cumplicidade em dividir os segredos. Quer observá-lo sem camisa, lendo o jornal na varanda… quer reclamar da bagunça no banheiro, rindo e gritando quando ele revidar puxando-a para o chuveiro, completamente vestida. Quer a certeza de abrir a porta de casa e saber que mesmo ele não estando, chegará a qualquer momento trazendo o brigadeiro da doceria que ela gosta tanto. Quer beijar, cheirar, morder, beliscar e apertar para ter certeza que a felicidade está ali mesmo… materializada nele. Quer provar que pode fazer esse homem feliz! 

ELES estão por aí… sonhando um com o outro… talvez ainda nem se conheçam… mas é só uma questão de tempo, até o destino unir essas vidas que se complementam e estão ávidas para amar e fazer o outro feliz. Ou alguém duvida que o universo traz aquilo que desejamos? "

Minha reverência ao autor ou autora desse texto, que tão sabiamente conhece a alma humana e o que vai lá dentro dela. Muita gente pode não concordar, mas no fundo é bem assim que queremos que tudo aconteça, que os erros venham, que os acertos também venham, mas que venha a realização de sonhos e a magia do encontro.
Que o sofrer seja um verbo passageiro e um sentimento que nos faça aprender para amadurecermos e nos encontrarmos. Primeiramente a nós mesmo, depois a alguém que nos faça sentir todos os sentimentos bons que há na vida.

Que a vida flua.

Por San Carvalho

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Ai Minha Mãe, Minha Mãe Menininha.

Então gente,

Faz tempo que tenho esse rascunho na gaveta. É um dos mais rabiscados que possuo. Vira e mexe me debruço sobre ele e tento escrever.
E escrevo.
E reescrevo. 
E apago um tanto.
E torno a escrever.

Talvez alguém me pergunte. É sua mãe, qual a dificuldade em escrever sobre uma mãe, ainda mais sendo a sua?
Resposta, toda a dificuldade desse mundo.
Falar sobre minha mãe não é nada simples. Escrever sobre ela é ainda pior, porque tenho que pensar com cuidado e carinho nas palavras que vou usar, porque preciso ser carinhosa e ao mesmo tempo pontual.
Dona Teresa não é uma daquelas mães convencionais. Aquela mãe que conforta quando estamos com o joelho ou o coração ralado. Pelo contrário, ela, na maioria das vezes, costuma arrancar a casca da ferida para que a gente se lembre porque estamos chorando e sofrendo. Eu, com o passar dos anos fui compreendendo essa forma dela lidar com todos nós, seus filhos. Éramos muitos e não havia tempo de pensar e escolher palavras de conforto. Sei que ela nunca foi preferida pelos filhos. Nós só a acolhemos com um olhar sem pressa e com maior carinho depois que perdemos nosso pai. Penso sempre nisso. Imagino o tanto que ela não deve ter sentido com essa nossa predileção. Sei que ela, no fim das contas entendia isso, porque sabia que uma das partes do casamento tinha que ser a doce e, coube a ela ser a parte severa.

Permissividade? Essa palavra definitivamente ela não conhece. Não é permissiva. Não é afetuosa. Não é de dar colo. De verdade ela é o oposto do que era meu pai. Às vezes penso mesmo que essa seria uma das razões da sua longevidade. Ser dura e crua dá a ela uma firmeza de saúde, porque nem os males do corpo, nem os males da alma aguentam tempo suficiente nela para lhe fazerem quebrar. No máximo, a envergam.

Sei que esse deveria ser um texto que enchesse os olhos do leitor de lágrimas, mas aí eu não seria verdadeira na minha escrita, como sempre sou e não estaria falando de minha mãe. 

De modo algum eu desmereço a mãe que ela é. Pelo contrário, tenho muito orgulho dessa guerreira que ela foi e ainda é. São 80 anos de muita lucidez, de punhos fortes e de provedora quase absoluta de nossa família. Herdei dela poucas características e uma delas creio ser a teimosia. Sou teimosa em viver, como ela é. Em contra-partida não herdei dela a energia, a segurança nas atitudes, o tino pelos negócios. Acho mesmo que, nesta última, lá em casa nenhum de nós recebemos tal herança.

Um adendo no meio do texto para escrever uma frase que na vida real nunca disse: mãe, eu amo você.

Confesso aqui que conheço bem pouco minha mãe, Dona Teresa, pois saí de casa ainda muito jovem, aos 14 anos, para vir morar numa extensão da nossa casa no Estado de São Paulo. Nosso convívio foi esporádico. O que sei sobre ela é o que ouço falar. Escuto histórias carregadas de tintas sobre suas atitudes e sobre seu jeito de ser. Penso que esse jeito peculiar deixou algumas questões mal resolvidas pelo meio do caminho em relação a nossa família, mas acredito também que essa é a minha mãe e é a única que tenho e que, por mais diferente das outras mães que ela seja é assim que é. Qualquer mágoa ou dor que tenham sido causadas intencional ou não intencionalmente já ficaram pelo meio do caminho. O importante agora é que são 80 anos e cabe a nós, os filhos, nos livrarmos de fardos pesados que possamos talvez carregar nos ombros e estar com ela o tempo que nos for possível. 
Penso que se ela não foi a mãe dos sonhos de um filho, então que eu seja a mãe que as minhas filhas sonharam e aproveito para me espelhar em muitas de suas características para me tornar melhor e melhor e de novo melhor, a cada dia. Penso que, se eu não fui uma filha planejada, que eu seja uma mãe planejada para minhas filhas. E, sinceramente, não vejo diferença no amor que eu dedico à Gigia e à Doda no amor que me dedica minha mãe. Do seu jeito torto, ela sempre se faz presente e nunca me desamparou, nem antes dos meus 14 anos, nem depois deles.

Hoje, 09 de outubro, criei coragem e resolvi me aventurar na postagem. Afinal é o aniversário de alguém muito especial na minha vida: MINHA MÃE. Meu carinho e meu amor a esta mulher, que não me planejou, que talvez nem tenha planejado ter uma família tão grande e que possivelmente, se eu não tivesse dado tanto trabalho no parto, eu nem seria a caçula dessa grande família. 
"Como é grande o meu amor por você"

Por San Carvalho

Ela, Dona Teresa, a minha mãe.

domingo, 6 de outubro de 2013

Publicando Isadora Carvalho.

Presenteando a mim mesma e aos meus leitores com essa graça de texto de autoria de minha filha Isadora Carvalho.
Pedi a ela permissão para postar no meu blog de tanto que gostei.


"Queria um dia 
Subir nas palavras
Modificá-las, trocá-las
Escrever outras
Colocar acentos
Ponto de exclamação
De interrogação
Final
Poder tocá-las
Compreendê-las
Trocar
Andar nelas
Deitar
Sentar
Rolar na letra Z
Escorregar no S
Pintar as letras
Enfeitar
Colar figurinhas, adesivos
E guardar uma no bolso
Sempre me pergunto
"Porque não posso fazer isso"?
 Fico em dúvida...
Hoje algo veio
Em minha cabeça
Não preciso sonhar,
Pesquisar ou criar poemas
Porque, para eu
Subir nas palavras
É só eu ir vivendo
Um dia, com certeza
A vida vai me trazer isso."

Subir nas Palavras.
Autora: Isadora Carvalho
09 anos
São José dos Campos.



Apagões Necessários para Pessoas Desnecessárias.

Um dia desses, específico, de muito trabalho e, por razões que não vêem ao caso, em um dado momento tive um aborrecimento justificável. É bom lembrar que, como boa mineira, eu não me chateio, eu me aborreço (piadinha necessária, risos).
Raramente tenho desses momentos, até porque aprendi, com o tempo e, não sem dor, que me aborrecer com assuntos que não chegam a lugar algum realmente não vale a pena e me recuso, a partir de então, a ter minhas energias sugadas desnecessariamente.
O fato é que percebo cada dia mais os minuciosos movimentos das pessoas. Traços que as fazem se mostrar sutilmente sem suas máscaras. Observo que só o convívio e longas reflexões conseguem montar suas frágeis personalidades, suas tragédias íntimas. Um quebra-cabeça singular, pouco nobre e, porque não dizer, maquiavélico. Pessoas que se perdem no que dizem, que falam com tanta segurança e certeza num minuto e no minuto seguinte já  não sustentam tanta certeza. Pessoas que se dizem realizadas, amadas, felizes, mas que constroem em torno de si um mundo de faz-de-conta e, observando bem de pertinho e em detalhes, conseguimos ver o vazio que nelas habita.
Parece triste esta constatação não acham? É sim, bem triste, mas infelizmente, mais comum do que podemos perceber a olho nu. 
Tem uma frase que sempre digo que resume meu aborrecimento naquele dia:

CLARO QUE EU ME PREOCUPO COM VOCÊ, DESDE QUE O SEU INTERESSE NÃO ARRANHE O MEU E QUE O MUNDO GIRE EM TORNO DO MEU UMBIGO. 

No fim das contas, este que parece um post amargo e triste tem como objetivo único o vômito das palavras, para que o veneno desse sentimento ruim não permaneça dentro de mim e não me mate devagar. Afinal, sou do tipo que prefere a morte instantânea. 
O resumo do dia terminou com um necessário "apagão". Para que eu não me tornasse vítima daquela situação e para que o aborrecimento do dia não virasse um monstro de 14 cabeças dentro de mim eu simplesmente dormi por 12 horas. Assim, desse jeito. Daí me veio o título do post.
Penso que, se não podemos evitar o convívio com tais pessoas temos que aprender a neutralizá-las.
Percebo que optar por sermos pacíficos e de bem com a vida nos torna pessoas mais leves e inatingíveis pela mesquinhez humana.

Este texto estava na minha gaveta de rascunhos aqui do blog. De verdade eu não sabia se iria publicá-lo. Esperei que passasse o incômodo inicial de quando o escrevi e escolhi, por acaso, a semana em que tanto lembramos São Francisco de Assis _ o Humilde_, para terminá-lo. Espero não ter carregado muito nas tintas e que, a sua leitura contribua para um aprendizado diário. Afinal, se consigo despertar qualquer sentimento no meu leitor já alcancei meu objetivo.

Paz e Bem a todos.

Por San Carvalho.



domingo, 22 de setembro de 2013

A Violeta Azul e o Dia 22 de Setembro.

Era uma vez, num dia 22 de setembro de um desses tantos anos depois de Cristo, com certeza. O dia era como hoje, tempo ameno, sem sol, mas a primavera já dava seus primeiros sintomas, belos sinais de que ela aconteceria em breve. O maior desses sinais era o nascimento de uma menina, de olhos negros, miúda, com cheiro de mamão papaia e muito lindinha. Foi nesse dia que eu fui prestigiar o nascimento dessa criança com uma violeta azul nas mãos e me deparei com aquela menininha. Fiquei com a forte impressão que ela iria quebrar, tamanha era sua delicadeza. 
E foi nesse mesmo dia que nunca mais as primaveras foram sem cores, sem flores, sem perfume, sem beleza e sem amores. Ela nasceu e carregou forte com suas tintas coloridas cada Estação de sua vida e assim será por muitos e muitos anos. Neste mesmo dia, o Nosso Deus Misericordioso encheu de Graça e Luz a vida dessa criança.  Infância pouco convencional, visto que sua mãe foi chamada a viver ao lado do Pai Maior, ainda quando ela era uma "pequerrucha", mas sei que o amor que ela recebeu foi aprovado lá do céu.

E que venham muitas Primaveras, a Estação com seu frescor, com seus sabores, com suas cores e os seus amores, assim como os seus muitos aniversários, que coincidem ser no mesmo dia 22 de setembro.
E que venham os Invernos aconchegantes e seus chocolates quentes.
E que venham os Outonos, com seus muitos espirros forrando o chão como um tapete musical com suas folhas secas e com seus cheiros exuberantes.
E que venham os verões com muito sol ardente, caliente. Com seus bronzeados saudáveis, salgando o azul do mar.
Que tudo isto represente simbolicamente a vida dessa pequena, frágil, delicada, mas forte e brava menina, que aprendeu desde muito cedo a superar as adversidades da vida.

Este texto fiz em 22 de setembro de 2013. Em homenagem a minha sobrinha querida, Carolina Carvalho. Pessoa de temperamento não tão ameno como estava o clima no dia em que ela nasceu. Herdou de sua mãe (minha irmã) o gênio forte e por ter nascido sob o signo de virgem, um humor com pitadas apimentadas de crítica, autocrítica, exigência e auto-exigência.


Deixo pois aqui, minhas reverências.

Por San Carvalho




Era uma vez, em 1992, uma violeta azul...                         Era uma vez, em 2013, uma violeta vermelha...



sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Pessoas e Suas Camadas.

Faz tempo que ando perambulando pelos contos e até me arriscando em algo mais poético. Hoje, resolvi voltar ao meu estilo preferido de escrita: a Crônica.

Estava pensando um dia desses sobre como as pessoas são feitas de camadas. Impossível não lembrar aqui da cena do filme Shrek onde as personagens do Ogro e o Burro filosofam sobre o assunto. Foi exatamente este diálogo que inspirou meus pensamentos. As pessoas são mesmo feitas de camadas. Existem aquelas feitas de camadas firmes, consistentes, temperadas com verdade, com sabedoria, com generosidade, bondade, afetividade e tantas outras características que no mundo atual até podem parecer ultrapassadas. Eu conheço pessoas assim, não tanto quanto eu gostaria, mas tenho a honra de conhecer algumas. Pessoas que não criticam, não contaminam, não pesam com palavras desnecessárias e nem com excesso de sinceridade.
Por outro lado também conheço pessoas e, nesse caso, um bom número delas, que são feitas de camadas leves, rasas, que num sopro se desfazem. Camadas de não verdades, de superficialidade, de manipulação, de desamor, de amargor. Pessoas que precisam se agarrar ao outro para existir,  para se dizerem felizes, que utilizam o nome de Deus e se colocam num altar como se o outro não tivesse sido escolhido pelo próprio Filho de Deus para ser amado como a si próprio. Não, a fé do outro para estas pessoas é absolutamente desconsiderada. Segundo sua visão distorcida,  professam uma fé mais profunda que a do próximo e portanto, se acham mais "ungidas".
Ora vejam, quem realmente quer ter camadas resistentes e consistentes tem por base aquela que é o princípio da formação humana: a humildade. 
Camadas são como tatuagem, que uma vez feita, por mais que as retiremos ou as cubramos, elas estarão lá, no "subsolo" da personalidade. Não serão mais enxergadas, mas estarão sempre lá. São lembranças do que foi dito, do que um dia fomos ou do que hoje somos. As camadas estarão sempre lá, sejam leves ou sejam consistentes como rocha. 
Evolução é acima de tudo procurar ter camadas que nos definam como pessoas organizadas, de fé, de "palavra", como se diz na terra onde nasci. 
De minha parte prefiro ter entre minhas relações pessoas com camadas cheias de verdade e, com verdades.

É assim que sei ser e é desse jeito que aprendi a admirar as pessoas.

Por San Carvalho




terça-feira, 3 de setembro de 2013

O Bom Ladrão.

Não conheço outra maneira para iniciar esta história que não seja do jeito mais tradicional que existe.

Era uma vez uma mulher, um homem e um anjo...
Ela, a mulher não procurava por nada, exceto ser do bem, ser um bom ser humano e só esperava de Deus continuar sendo feliz. Parece pouco e cômodo, mas considerando o trajeto de vida pelo qual ela passou isso significava a diferença entre viver e morrer e ela fez a escolha por viver. Claro que lhe faltava algo e ela sabia bem disto. Faltava-lhe alguém para acrescentar a esta felicidade mais cor, mais vida e com quem ela pudesse repartir suas emoções. Alguém que chegaria e abriria seu coração para fazê-la entender o real significado da palavra amor. Não tenho bem certeza se foi por comodismo ou simplesmente por descrença. O fato é que ela ficou onde estava, sem se movimentar em direção a esta lacuna. Ela nem sequer acreditava, era-lhe quase surreal a existência de uma pessoa que pudesse ser milímetros próxima ao que tanto se canta em verso e prosa.
Ele, o homem era inteligente, gentil, compreensivo e amoroso. Estava feliz e realizado e, ao contrário dela, não esperava, nem procurava. Passou muitos anos ocupado demais e pouco teve tempo para cuidar da sua vida afetiva. Amava sim, mas a vida como um todo. Não "enlouquecia em cima de uma ideia.  Deixava as coisas seguirem seu caminho natural". Um dia, talvez fosse importante ter uma mulher que completasse a felicidade que já existia em sua vida.
Deus sabia que teria que enviar um intermediador para que finalmente esses corações se encontrassem. Eram um o desejo do outro. Deus, na sua infinita sabedoria e bondade deu essa missão ao seu anjo mais gentil, delicado, trabalhador e amável. 
Esse anjo havia recebido uma incumbência de Deus. A ordem Divina era descer à Terra e fazer com que finalmente esta mulher se encontrasse com aquele homem, feito sob medida para ela. Era sua tarefa aproximar finalmente essas duas almas.
O anjo marcou um encontro entre eles. Encontro que por segundos quase não aconteceu, mas ele era anjo e sabia que ferramentas usar. 
Qual não foi sua surpresa ao se deparar com aquela mulher! Existia nela um olhar que o prendia ali. Ele não tinha vontade de voltar para o céu depois de cumprir sua missão. Estava apaixonado por ela. Assim, no primeiro olhar, no primeiro sorriso. E agora? O que fazer? Precisava elaborar um plano para que todos ficassem felizes nesta história.
Foi então que teve uma ideia. Entrou dentro da alma daquele homem. Invadiu os olhos de sua amada, seduziu-a com seu olhar encantador e  permaneceu entre os mortais.

Hoje, ele conta para todos esta bela história de amor. O amor de um anjo, que tornou-se homem, por uma mulher e o quanto está feliz ao lado dela. É conhecido como o "bom ladrão", que roubou o coração da amada do seu protegido.

Se foram felizes para sempre? Isso com toda a certeza, porque o "para sempre" é para sempre hoje.

"Hoje estarás comigo no paraíso"

"...Eu desistiria da eternidade para tocar em você, pois sei que de alguma forma você me percebe..."


Cena do filme Cidade dos Anjos


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Primavera em Agosto.

Tudo com você me inspira.
Falar sobre nossos momentos juntos é deslizar fácil pelas palavras e pelo sentimento. 
Seus olhos de RX que desenham e que traçam cada linha do meu corpo, cada linear do meu rosto, cada semi-sorriso da minha boca. Você me planeja com seus olhos, com seus dedos. Já conhece diversos ângulos, que te dão material suficiente para se inspirar e pirar.
É como se eu fosse algo a ser eternizado. Não tenho medidas que possam te dizer o quanto me sinto privilegiada e honrada!
Você não pensa em mim. Que susto! Não, você não pensa em mim em nenhum minuto do seu atarefado dia, você me SENTE. Que maneira mais sensível, delicada e sedutora de me dizer o tanto de bem que te faço!
Eu, que normalmente me acho dominadora da palavra, fico sem ter o que falar. Só consigo perguntar, como pode ser tão bom a mistura de nós dois juntos? Você, com seu jeito sensível, olha bem dentro dos meus olhos e diz: "sabe porque é tão bom quando estamos juntos? Eu ainda não te disse? Então preste bem atenção _ segura meu rosto com suas mãos carinhosas e pausadamente diz _ é bom assim desse tanto, porque eu já sei, eu sempre soube, EU TE AMO". Paraliso-me pelo choque do que ouço. Segundos intensos e infindáveis se passam e quando finalmente recobro meus movimentos te abraço trêmula, feliz, cheia de medo, mas um medo bom. Não repito as mesmas palavras para não retirar-lhes a singularidade, a singeleza, a grandiosidade do tom que sua voz e seu coração deram a elas. Ainda assim, te olho, espero o tempo certo para que a importância que você imprimiu ao momento se aquiete e, aí então me entrego, retribuo o sentimento. 
Há quem diga que seja piegas. Por um tempo eu compartilhava da descrença e desesperança desses, mas o encantamento que hoje vivo nos seus braços não me deixa dúvida do tanto que não tem nada de piegas no amor.

O amor é sublime. 
Ser e ter o seu amor é de uma sublimação imensurável.

Por San Carvalho

Texto em minha homenagem. Todo conteúdo reservado a Dim Romano.

domingo, 18 de agosto de 2013

O Sopro do Nosso Anjo.

Ah, esse seu cheiro!
Que me embriaga e me faz perder o rumo da minha sensatez. Eu, que já não tenho senso de direção, fico sem saber para onde ir, me desconcentro. Caio da própria altura. Se não sou capaz de perder o poder da palavra, perco o juízo e me perco no seu juízo. 
Ah, esse seu cheiro! Seja sempre o sorriso que me orienta, o olhar no fundo dos meus olhos que me faz segura, as mãos que me cuidam e que procuram pelas minhas, porque esse seu cheiro, não, esse me tira o sono, me tira a capacidade de manter-me em terra firme. Me entorpece.
Minhas armas mais eficazes, que eram o juízo e a sobriedade você já rendeu somente com a presença desse cheiro. Escudos que conservo intactos desde a Idade Média, quando já éramos um do outro, esses também não existem mais. caíram ao chão. Falhas na blindagem, frestas. Você apareceu de mansinho. Primeiro me fez sentir muito medo e depois sabiamente penetrou pelas aberturas que existiam. Assim tomou conta do meu interior. E, por um ato falho também me permitiu entrar e me acomodar aí, sem pedir licença, como uma invasão mesmo.
Agora, convivo de frente com toda a minha fragilidade, toda minha vulnerabilidade. E isso é bom. É bom sentir novamente que sou frágil, que sou humana, que ainda posso sentir. 
Um sopro de fração de segundos me fez te encontrar e sua coragem, sua perseverança veio em busca de mim. Era o nosso anjo em comum nos juntando. Ele usou as armas que tinha para nos unir. 
Como é anestesiante esse seu cheiro! Como pode um cheiro ser tão familiar e tão envolvente? A mim parece que ele está nas minhas entranhas há anos, milhares de anos, tempos passados, longínquos.
Me faça sempre esse favor. Seja esse olhar que me acalma e me instiga, esse beijo que me conforta e me deseja, esse abraço que me acolhe e me enche de serenidade, esse corpo que se molda e se confunde ao meu e esse juízo que me mantêm em terra.
"Uma coisa de cada vez". Nunca uma expressão teve tanto significado, tanto cheiro, e tanta sedução! Sim, é assim que é, é assim que tem que ser.
Sintonia desconexa e perfeita. Não há perguntas sem respostas e nem há respostas que não se possa dar. É bem bom que seja assim.

Por San Carvalho

Só tinha de ser com você - Quarteto Jobim



sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Medianeras

Era para ser só um café entre duas pessoas, que queriam muito um dia a sós, para se conhecerem melhor, para trocarem ideias. Muito bem dito: ERA. 
Ela, se sentindo toda atrapalhada para se aprontar. Enrolada entre um telefonema e a escolha do que vestir. Olhava para o jeans. Olhava outras peças. Caramba! Como sair pela primeira vez com um homem usando algo que a faça parecer uma mulher madura? Era tudo tão novo, ou tão renovo! A sensação de estar atrasada não deixou muito tempo para escolher. Que seja o jeans, que está ali quieto, a espera pela sua indecisão.
Ele, por sua vez, com uma pontualidade britânica já avisa com um pequeno torpedo: "cheguei"
Finalmente pronta, respira e sai. Quanta tensão! No caminho ela reza e pede a Deus que Ele sinalize se ele for um homem para amá-la.
O percurso era curto, mas durou uma eternidade. Mãos que suam, pernas que tremem, respiração fora do normal. Uma mistura de bem estar e ansiedade anestesiante. Ela precisa controlar seus nervos e não parecer uma adolescente quando o encontrar. Qual técnica usar? Parar em todos os sinais, diminuir a velocidade do carro e rezar. Quase funcionou.
Enfim o primeiro olho no olho. Ele, um homem experiente, maduro, sensível, cheio de charme, tímido, sereno e o cheiro! Ah o cheiro é de embriagar. 
O lugar é aconchegante e a companhia dele envolvente! Muito frio lá fora, mas quem se importa com o frio e a garoa fina? Ela toma todos os cuidados para não demonstrar que está encantada. Coisa de gente com tendência à covardia. Gente que não gosta de se deixar mostrar frágil. Quanta bobagem! Até parece que ele já não percebeu que ela está absolutamente rendida com aqueles olhos verdes que sorriem juntos toda vez que o sorriso sai de seus lábios! A ela parecia que a natureza havia se instalado lá dentro e refletia a alma nobre daquele moço, que conseguiu encontrá-la no meio da multidão (lembrei do filme Medianeras). Olhava para ele e se sentia novamente na adolescência. 
Sentou-se propositalmente ao seu lado, por vezes se posicionava de frente para ele e o tocou também propositalmente. Entrou pelas pequenas janelas esverdeadas e pôde conhecer um pouco da alma daquele homem. "Entrou" dentro dele. Fazia muito tempo que ela não se sentia tão viva. Lá dentro havia vida.
De repente o medo. E se nunca mais ela o visse? Como assim? Ela, que tem o coração trancado, guardado de qualquer sentimento que possa feri-la, agora tem receio diante da possibilidade de não vê-lo mais. Ambos estavam muito reticentes. Ninguém provocava a aproximação. Ambos queriam, mas a dúvida pairava no pensamento. 
Sob uma garoa fina, frio e com capuzes nas cabeças como dois adolescentes ele tem um gesto inesperado: beija sua testa. Era o sinal que ela tinha pedido no caminho até o café. Quanta ternura e quanto respeito estavam contidos naquele gesto! Ambos se abraçam e ficam de frente um para o outro, em silêncio. Só os rostos se tocam. Segundos eternos se passam. Enfim o beijo, mágico beijo, correspondido em tamanha intensidade que a racionalidade do encontro se dissolve. Ambos estavam ansiosos por este e pelos outros beijos que se seguiram. Ela, apesar do impulso, consegue controlar os instintos de mulher e racionaliza novamente. Que bom que ele tinha adoçado seu café com juízo, porque no café dela só entrou desejo.
Finalmente nas paredes destes dois corações onde havia muito frio e chuva pôde-se então construir uma pequena janela (medianeras) e o sol entrou esquentando e tomando conta dos seus interiores. Lá, no meio da multidão estava ela e ele teve a paciência necessária para ir buscá-la somente olhado por esta pequenina janela, onde o raio de sol trazia a força dela até ele.

Hora de ir. Uma bela noite! O encantamento se transformou num misto de desejo e admiração. Ela ainda conseguiu vê-lo pelo retrovisor enquanto dirigia para casa.

Seus pensamentos não estão em ordem. Nem os dele. Era preciso um novo encontro. Era vital entrar novamente dentro daquele par de olhos.

Por San Carvalho


olhos de Dim Romano (minha inspiração para este texto)

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Fred.

Como está barulhento dentro de mim esse silêncio, que ecoa quando chego em casa e meus ouvidos não escutam mais você pedir minha atenção!

Quanta falta me faz sua falta de tempero nos latidos!

Quanta falta me faz seus latidos roucos pela velhice e sua pouca paciência em esperar pela ração e sua água.

Esta não é a mesma casa, nem é o mesmo silêncio.

Há 18 anos não se via por aqui um silêncio tão ensurdecedor.

Que cruel saudade!

Até os vasos de flores estão solitários sem você Fred, que nos últimos anos, já "desconfigurado" pela velhice, neles demarcava seu território.

Quanto pouca graça tem a nossa casa sem você!

Tudo aqui lembra nosso velho cão, que veio ainda pequeno, com sua patas dianteiras tortas e que passou o primeiro mês no banheiro para não acordar os vizinhos.

Você, que no seu último ano os acordava com seus latidos, por suas dores de cão em idade avançada.

Ao silêncio que você deixou em nossa casa eu te deixo um "silêncio" de saudade.


Por san Carvalho

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Um Salve e Uma Prece ao Honrado Amigo "VÔ Cláudio"

Esta semana quando assinei o primeiro documento da manhã e datei me veio uma lembrança boa à cabeça. Uma leve e serena sensação de ser um dia importante. Pensei: Hum, tem alguém que faz aniversário hoje, que é importante para mim. Preciso lembrar quem é.
As horas se passaram e um vento passou pelos arquivos da minha memória e pude então ver de quem eu não poderia esquecer nessa data. Sim, era você meu amigo e confidente Vô Cláudio. Uma prece me veio à cabeça. Coloquei no meu micro de trabalho uma música de Almir Sater (uma das tantas que ouvimos juntos) e fiquei escutando e orando pelo seu aniversário. Orei também pelo amigo,  pelo irmão, pelo pai, pelo marido e pelo homem justo e sem vaidades desnecessárias.
Você escreveu sua história com honra e merecimento. Sei que você está muito feliz aí junto ao Nosso Pai e também sei que sua vida aqui na terra foi de homem que assumiu responsabilidades que o tornaram um homem digno de estar num bom lugar no céu. 
Participei por anos da sua vida e tivemos muitas conversas caro amigo. Guardo na lembrança mais que a data de hoje, guardo cada palavra de ensinamento que trocamos. Sua família que aqui ficou se tornou uma árvore frondosa.  Vejo os bons frutos que surgem dela. À sombra dessa árvore você deixou amparada sua companheira de muitos anos e de todas as horas, felizes e tristes. 
Em nome de sua mãe, de seus irmãos, sobrinhos, filhos, netos, amigos e principalmente pela excelente companheira que você teve aqui na terra eu presto esta homenagem e faço esse carinho em forma de oração: 

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.

Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno e brilhe para ele a Vossa luz! Amém.

Termino este texto, caro amigo, com a emoção de quem não perdeu um amigo, porque não se perde ninguém para Deus, só devolvemos a Ele o que Ele generosamente nos ofertou ao longo dessa vida. 

Fique em paz VÔ Cláudio.

                    
Vô Cláudio

domingo, 9 de junho de 2013

A sombra que Sobra

  • Uma canja, uma garrafa de água, uma San e um café. Energia de sobra ao amigo.

    Vamos ver se sobra. 

    O que restam são sobras, mas as sobras são sombras e não são restos.

    Nos resta lidar com as sombras que nos restam de sobra.

    Energia da sombra, que sobra, ao encaixe de cada tijolo.

    Movimento interior que causa dor, mas que é amor, auto-amor, amor próprio ou impróprio pela sombra que sobra.
    Que não é resto do barro, que faz os tijolos, que são fragmentos de um barro, que também é forte e se recolhe entristecida.
    Que se procura e se encontra e se reencontra. Na dor e no amor do não encontro.


    Por San Carvalho

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A Delicadeza do Nosso Deus.

Acredito cada dia mais na delicadeza de Deus. 

Ele nos presenteia com amigos para focarmos neles e lembrarmos que nossos problemas são graves e importantes, mas absurdamente miúdos diante do tanto que podemos ser presentes confortando quem amamos.
Amigos diferentes de nós. Amigos que discordam de nós, mas respeitam nossas escolhas e decisões e permanecem ao nosso lado, mesmo que estejamos prestes a cometer erros. Eles sabem que vamos tropeçar e cair, mas sabem também que é preciso que isto aconteça para que amadureçamos. É bonito e um conforto saber que eles estarão ali para nos amparar nas quedas e nas nossas decepções. 
É ainda mais bonito ter estes amigos por perto nas horas felizes, do riso, pois o amigo que suporta nossas alegrias é o de verdade.

Por San Carvalho.

Imagem do filme A Era do Gelo



sexta-feira, 24 de maio de 2013

O que não me convêm.



O que não me alimenta, não me fortalece.
O que não me abranda a alma não me convêm.

Por San Carvalho


quinta-feira, 23 de maio de 2013

Desapego



O maior bem que eu pude fazer por mim e por outra pessoa nessa vida foi me desligar dela.

Por San Carvalho


segunda-feira, 20 de maio de 2013

domingo, 19 de maio de 2013

O Belo Que Invadiu Os Olhos Da Fera.

Canção do Filme a Bela e Fera de Wall Disney


Aconteceu num dia desses qualquer. Um desses dias de ócio necessário.
Do outro lado estava um homem, um belo e gentil homem. Do lado oposto desse espaço virtual estava ela, uma mulher de  alma nobre como a Fera do conto infantil. Encontrara-o por acaso, suas vidas se cruzaram por uma fração de segundos. Ele não invadiu seu jardim para apanhar uma flor e aprisionar seu coração,  mas invadiu seus olhos e aprisionou suas retinas. Encheu-as de vida, luz e cores como o sol reluzente numa manhã de outono.
Um lamento off numa tentativa de arriscar um contato mais prolongado, mas não havia assim tanta esperança de rever aquele belo sorriso. Inês morta, vida que segue e um aviso de e-mail na caixa de entrada, um alerta de contato. Já viu letras que brilham? As fontes brilharam e iluminaram as retinas de quem já pensava ter novamente os olhos nublados. 
Contato estabelecido. Ele, o Belo, era um homem gentil e jovem. De fato era encantador e suave, não somente na aparência, mas no seu jeito de lidar com a desconhecida Fera do outro lado da tela. Era uma companhia agradável de se ter. Contatos breves, minutos que desenharam a figura daquele Belo, de nobre humildade, pertencente a um mundo de contos de fadas moderno e nada surreal.
Conversas enviesadas, elogios, cortesias. 
Não dá para saber se ele voltará a invadir os olhos daquela Fera, nem os  seus "jardins virtuais", mas a simples lembrança daquele sorriso invade e enche de energia e inspiração qualquer noite mal dormida.

Por San Carvalho


sábado, 11 de maio de 2013

Esse Tal Dia do Trabalho

Primeiro dia de maio, Dia do Trabalho. Tudo bem, feriado. Uma pausa no meio da semana para um merecido descanso.
Eu, tenho cá comigo a opinião que esse tal dia do trabalho é de verdade todos os dias. Afinal, nós que somos a força de trabalho acordamos diariamente e nos dirigimos a fazer todas as tarefas para as quais fomos designados.

Vejam nós mulheres, sem desmerecer e lembrando da polivalência de muitos homens. Chegamos ao fim da jornada e iniciamos outras: a de sermos mães, a de sermos donas de uma casa para organizar. Prestamos atenção a absolutamente tudo. Se os filhos comeram, se escovaram os dentes, se o material escolar, o uniforme e as tarefas estão em dia,  se as unhas estão cortadas (tenho uma amiga muito bem humorada que teve 3 partos gêmeos _ "pense numa mãe que toda sexta feira tinha 120 unhas para cortar?"). Paramos para ajudar no dever de casa mais complexo, para escutar a leitura do livro que está sendo lido, para assistir ao filme que havíamos prometido ver juntos. 
Das atividades que posso lembrar: observamos se as plantas estão regadas, se as contas domésticas estão em dia ou escolhemos quais vamos pagar e quais vamos postergar. Lembramos do dentista e do médico dos filhos. Verificamos se o medicamento de uso contínuo de um ou de outro está para acabar. Se é preciso renovar a assinatura do jornal, da revista, da TV a cabo. Alimentamos o cachorro e ainda ficamos algum tempo com ele fazendo companhia, visto que passamos o dia longe de casa. Passamos os olhos pela geladeira e pela despensa para saber que dia e qual dia teremos tempo para irmos ao supermercado. E a casa? Tem que estar em ordem. Estamos sempre de olho nas roupas dos filhos, que crescem a cada dia e o moletom já vai indo pela metade dos braços e pernas. Sem falar nos sapatos. É impossível não pensar em quando aqueles pés vão parar de crescer. Ainda temos que arrumar um tempo para cuidar do cabelo, das unhas, para ver aquele filme, para terminar ou começar aquele livro, para telefonar para um amigo que precisa de nós. Pensar se amanhã vamos conseguir fazer assim, assado, porque frito está engordando.

Eu, que sempre pontuo ser a preguiça o meu pecado predileto e escrevo este blog por hobby, confesso que tenho "pecado" muito pouco ultimamente. Além da minha rotina diária, sou consciente do trabalho que dá esse meu momento de lazer e ainda arranjo tempo para a rede social, para o e-mail, para o contato com os amigos e parentes distantes.
Ufa!

Despretensiosamente e sem seguir normas cultas, regras ortográficas e/ou ortodoxas deixo registrado minha  reverência a todo e qualquer trabalhador neste Dia do Trabalho.

Já é fim do dia neste instante. Fim do feriado. Voltemos ao trabalho amigos.

Por San Carvalho



segunda-feira, 6 de maio de 2013

O Presente Que é ser Mãe;

Em poucos dias comemoraremos o dia das mães. Para o comércio a segunda data mais lucrativa, só perdendo para o Natal.

Não foi sobre economia que resolvi escrever hoje. Foi para falar do ato de ser mãe. Ser mãe é mais que um sentimento, é mais que ser chamada de "mamãe", é mais que simplesmente o almoço do segundo domingo de maio. Tudo  isso sim, representa uma data muito especial. Afinal, todos nós um dia tivemos  ou temos uma mãe. 
Ser mãe já foi tão amplamente divulgado, tão cantado em verso e prosa que não tem um repertório muito novo para fazer uma homenagem à minha mãe e ao meu jeito de ser mãe. Eu defino a maternidade como as muitas noites sem dormir. A nossa transformação numa espécie de polvo humano, multiplicando nossos braços para darmos conta de fazer tudo e ainda ter sempre um espaço no colo guardado para um filho ou outro. Ser mãe é antes de tudo sentir dor de amor. É passar a noite indo ao quarto dos filhos para ajeitar as cobertas, para abençoá-los, para colocar-lhes a mão à testa e ver se estão em temperatura normal ou simplesmente ver se estão respirando (duvido que haja uma mãe que nunca tenha feito isto, seja mãe biológica ou mãe de coração e para mim não há absoluta distinção entre ambas). É querer que a febre que o pequeno tem passe para nós. É querer tirar a dor dele com nossas próprias mãos.

Eu tenho uma mãe pouco convencional. Ela tem um jeito peculiar de ser. Não é de lamber as crias, mas porque a vida a fez ter que ser a co-provedora do nosso lar desde cedo. Tenho muito orgulho dela e uma admiração sem tamanho, porque ela, com seu jeito torto sabe ser presente na hora certa, sem se impor e sem ser ausente. Ela é como tem que ser. Chamo isto de sabedoria. Ela não invade a vida dos filhos, a não ser que eles permitam. Embora seja uma pessoa de personalidade forte e humilde, ela tem a sensibilidade de sempre dar aquele telefonema e será sempre quando um de seus filhos está passando por um momento difícil. Eu, muito recentemente vivenciei um episódio desses.
O interessante é que só compreendemos nossas mães quando nos tornamos mães, biológicas ou do coração. Aí valorizamos todo o zelo, todos os avisos de "vai sair, leve o casaco". Simbolicamente essa frase resume a atitude mais amorosa que uma mãe pode ter com seu filho.

Eu, que fui mãe há 15 e 10 anos respectivamente, ainda me lembro do amor grandioso que senti quando vi minha barriga crescer aos poucos até de fato perceber que havia ali um ser que estaria ligado a mim para sempre. É quando se chega nesse grau de percepção e quando pegamos no colo pela primeira vez, quando cheiramos, quando amamentamos, que entendemos a maternidade. Costumo dizer que Deus nos faz esperar 9 meses para que nossos filhos nasçam, porque é o tempo que Ele precisa para instalar em nós todos os acessórios que não trouxemos de fábrica. Um deles é o radar, que fica ligado 24 horas por dia. O alimento que vai fazer com que nossos filhos cresçam saudavelmente. O ambiente seguro e sereno para receber aquele pequeno. 

Reservei este espaço aqui para homenagear uma amiga, que terá seu filho em poucos dias e quero deixar aqui registrado um pouco da emoção que ela sentirá com a chegada dessa pessoinha, que em poucos anos será um adulto, mas totalmente vinculado afetivamente a ela. Ela nunca mais será só.

Seja bem vindo Daniel e espero que você seja o presente de dia das mães que sua mãe nunca mais ganhará outro igual e tão perfeito.
Que Deus cubra de bênçãos você Cris e seu Daniel e que Nossa Senhora cubra com seu manto e te ampare para que corra tudo muito bem nesse dia tão festivo.

Que Deus abençoe as mulheres que se tornaram mães recentemente, as que já são mães a algum tempo, como eu e a todas as mães que já são mães de outras mães e que também já foram mães. o ciclo grandioso e inexplicável da vida.


Por San Carvalho