Olá amigos

Curtam meu blog também no facebook. Obgda pelo carinho.

Traduza este blog para seu idioma

sábado, 13 de outubro de 2012

Rasgar e se re-costurar

Estou lendo o livro Fora de Mim, de Martha Medeiros. Confesso que ele mexe demais com minhas entranhas, com minha alma e, principalmente, com meu coração.
O assunto trata do momento exato em que acontece uma separação. Das dores, dos sentimentos pequenos e dos sentimentos enormes que sentimos. Também dos sentimentos que não dimensionamos em tamanho e em dor e dos fantasmas que se criam dentro de nós.
Eu, admiradora confessa dessa escritora me surpreendi um pouco com o livro. Claro, continuo admirando sua capacidade de dizer em detalhes tudo o que sentimos e cada publicação sua deixa isso ainda mais claro. É que este livro me faz reviver, inesperadamente tudo que um dia passei e agora, lendo o assunto como simples leitura ainda sinto-me rasgar inteira, sinto como se tivesse me deixado anestesiar por um bom tempo e fico feliz que só agora eu tenha contato com tal leitura, porque trata-se de uma obra que mexe muito com todos os sentimentos incômodos e mesquinhos que há dentro da gente.
Eu, na verdade, vou me percebendo em cada linha que leio e vejo que não vivi nada contra minha vontade, foi tudo permitido e quando deixei de permitir consegui crescer e me libertar. Me submeti ao autoconhecimento e a observar e entender as pessoas com suas características pouco ou muito nobres. Vejam bem, "entender", não "aceitar".
Ainda que o seu conteúdo tenha sido superado ou já esteja num passado muito distante, o fato é que, cada página me parece uma navalha querendo cortar meus pulsos e a sensação que bate é de uma luta interior para que o leitor seja mais forte que essas lâminas metafóricas. 
As dores são superáveis e suportáveis. Como na canção: sobrevivemos, não sem arranhões. O que nos sobra não são sobras. o que nos resta é um começo novo, um recomeço de vida. Voltamos a ser um. Um, que já não é mais somente um. Somos o "um" com mais alguém. Com filhos, com uma vida a tocar.
Reaprendemos a ser o que sempre fomos, independentes. 
De qualquer maneira, o livro me leva a pensar no verdadeiro significado do que é se rasgar e se rasgar novamente para depois se re-costurar e depois se rasgar novamente para tornar a se re-costurar.
Espero mesmo que a experiência de uma separação não seja de tamanho sofrimento que não seja suportável para ninguém. Ou mesmo que nem seja preciso passar um dia por essa experiência.

Por
San Carvalho









Nenhum comentário:

Postar um comentário