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sábado, 20 de outubro de 2012

Uma xícara de café com desejo e uma pitada de vontade daquele BEIJO

Foi assim. Timidamente. Era para ser algo caído no esquecimento.
Tudo começou num simples contato. Simples assim. Uma pequena mensagem, sem intenções outras que não informar que o tinha visto. O risco de não ver. Arriscar seria a melhor palavra. Um e-mail. Um belo sorriso de lá, muita timidez. Um sorriso de cá e mais um tanto de insegurança.  E, de repente: a coragem. O encontro. Algo conspirou para que assim fosse. Uma força maior. Desencontros e reencontro sem mesmo ter havido o encontro. O contato restabelecido. A companhia companheira nas noites solitárias e o desejo de abraçar e apertar e apertar e apertar. De um lado a curiosidade por ver de perto o admirador do outro com a facilidade da palavra. Mentira: curiosidade pelo cheiro, que ainda não era cheiro, mas que sabia existir. O olhar já tão familiar ainda não era um olho no olho. O beijo ainda não era beijo, era somente um "se cuida". Existia no ar a inquietude desse momento. Desse encontro. O que aconteceria se o olho no olho se rendesse e desfizesse todas as defesas? E se todas as precauções desse encontro fossem inúteis?
Finalmente o dia. O toque no celular: "já cheguei".
Tudo aconteceu de forma bem típica dos desastrados. Por favor, providenciem uma bússola para orientar o juízo, o descompromisso. Aconteceu. o primeiro olhar de fato. O sorriso tímido. O semi beijo num único lado do rosto. Como os cariocas são privilegiados por terem como hábito os dois beijos em ambas as faces! Ela estava vestida para parecer naturalmente despretensiosa. Que nada. Poderia ser qualquer roupa: um shorts, um vestido elegante ou sexy. Quem se importa? Era o olho no olho tão esperado. Os cardápios trazidos pelo garçom.  Que garçom?  Alguém percebeu a presença do garçom? 2 cafés expressos. Foi esse o pedido. Iguais, porque não havia tempo a perder com escolhas inúteis. Finalmente o encontro. Finalmente um olho dentro do outro. Que falta de jeito! Que falta de assunto! 
Havia no ar a preocupação com a hora se esvaindo, mas havia também a vontade de apertar e apertar e de ficar mais. Um dos cafés foi adoçado com juízo e o outro com desejo. Não é somente uma metáfora. É a pura reprodução da oportunidade passada, que se desfez. "Nunca diga nunca". Claro que não.  Talvez numa outra oportunidade. Sem pressa, com bem pouca pressa. Quem sabe aquele beijo que ficou na xícara de café se torne real e substitua de vez o "se cuida". No fundo já era esperado que esse primeiro encontro não durasse. Providencial. Os instintos pediam que assim o fosse. 
No fim, a companhia silenciosa até o carro e o apertar, apertar, que aconteceu de fato. 
E aconteceu. O encontro, cheio de sedução, de desejo e de beijo, ansiosos, nervosos. Todos iniciados na xícara de café sobre a mesa.

Por 
San Carvalho 

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