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sexta-feira, 1 de março de 2013

O céu, a terra e você

Ele insiste em mostrar a bela paisagem. Quer que ela direcione o seu rosto para o lado contrário.
 "Olha que paisagem! Vê as montanhas lá ao longe?". A resposta dela já está pronta: "sim, muito linda!, mas eu vejo algo mais belo: o céu, a terra e você.
Ele  ainda não a conhece bem. Não sabe lidar com seu jeito de falar metafórico e desconcertante. Não é que ela não observe o lugar. É de fato lindo! Familiar, pois lembra muito os lugares onde nasceu e viveu parte de sua infância. Ocorre que não há nada ali que seja tão novo e envolvente quanto a vibração que lhe causa aquele encontro.
O desejo está nos olhos.
Incrível como ele se esforça para se manter no controle do momento. Ela o olha e quando o toca não sabe mais se existe ali duas pessoas. Não, não há. Uma é a extensão da outra. Tudo se encaixa: lábios, olhares, toque, a mistura do calor de ambos e do frio artificial. É possível sentir ao mesmo tempo as duas temperaturas.
Inexplicável, indescritível.
Uma versão anos 2000 de Eduardo e Mônica de Renato Russo. Ela gosta da sobremesa antes do almoço, ele tem sono leve. Não há muito sentido no que é poético, mas há sentido nos sentidos.
Ambos querem aproveitar o pouco tempo juntos, mas há impedimentos para que tudo saia conforme querem.
Olhos nos olhos, respiração sob controle e a conversa séria e honesta, que é necessário que aconteça.
Incrível como o tempo é ardiloso quando se trata de estar em paz. Esse bendito tempo entra no cockpit e dá a largada para transformar horas em fração de segundos. 
Não à paisagem, não ao tempo, não à vibração e sim para a realidade. 
E dentro daqueles olhos castanho-esverdeados ainda é possível ver o céu, a terra e você.

San Carvalho


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