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quarta-feira, 20 de março de 2013

Um doce abraço

Era sempre com uma mensagem de texto que a conversa iniciava: "não se esqueça de mim hein!". Ela, com seu jeito cético não entendia bem o sentido desses pequenos torpedos. A resposta dela era quase sempre a mesma: "então não me deixe te esquecer."
Alguns dias se passaram e as mensagens permaneciam, agora mais espaçadamente. Ela, que não investia em nada que ela própria não confiasse, não pensou mais no assunto.
Numa manhã fria, ainda de verão, mas especificamente fria, ela acordou já bem tarde e viu novamente uma pequena mensagem, que já havia chegado há horas, mas ela, dorminhoca, não vira. "Bom dia, não vai esquecer de mim hein!". Novamente, ela olha para o pequeno visor e pensa: "o que será que estas mensagens significam?"
Ele nada sabe sobre ela. Ela nada sabe sobre ele. Existe sim, a curiosidade de saber mais, lenta, serena e sem pressa. Por ela tudo fica como está, afinal sua vida está tão calma, tão tranquila, como um rio seguindo lentamente o seu curso, passando com suas águas sob a ponte. Porque pensar em tumultuar sua zona de conforto? No entanto, seria bom dar uma sacudida nessa vida branda. Respondeu a mensagem no mesmo instante: "Bom dia. Não me esqueci não. Você é aquele moço bonito que ia viajar e voltar na quarta feira à noite e que falaria comigo quando voltasse." (Essa havia sido a última mensagem que ele enviara).
Nada mais havia para dizer, pois ela não sabia nada de concreto a respeito dele. Tinha sido uma conversa rápida e uma troca de telefones. 
Nesse mesmo dia frio as mensagens iam e vinham, até que, numa delas ele disse que voltaria um pouco mais cedo de viagem e perguntou se ela aceitaria um convite para sair. Sim. Porque não?
Não foi bem um encontro, porque ele, muito cansado não estava com disposição para sair e mais tarde, juntos, ela pôde perceber os motivos. Havia nele um jeito caseiro e uma timidez sedutora. Sim, ela nunca tinha visto ou estado com um homem tão timidamente sedutor (Por duas vezes ele não entendeu o convite para sentar ao lado dela mais confortavelmente. Ela chegou a pensar que sua companhia não lhe era agradável como ele esperava, mas ele, entendeu o que ia no pensamento dela e tratou logo de consertar esse ato falho). Muita conversa sobre família, viagem, trabalho, filhos, fotos e juventude. Queijo e vinho sobre a mesa e sutis toques. Ele, apesar de ter viajado por muitos lugares do mundo, ainda conservava um jeito  bem reservado e um certo cuidado para não se sobressair durante a conversa entre ambos. Admiravelmente humilde. 
Foi com um pequeno acordo sobre perguntas e respostas que ambos resolveram se dar um abraço e venceram as barreiras. Tiveram assim, o primeiro contato físico. E as surpresas daquele abraço foram inúmeras. Muita proximidade, intimidade e sintonia se revelaram. Assim, sem pormenores, bem desse jeito, porque não há pormenores que caibam nesse contexto. Deixo por conta da imaginação do meu leitor.
Hora de ir. Hora de encerrar esse encontro e deixar que ambos pensem somente naquele doce abraço, que até poucas horas só existia no visor de um celular. 

Este é um conto que pode ter um segundo capítulo, quem sabe. Acho que ando assistindo muitas comédias românticas.
Que venha a inspiração.

Por
San Carvalho


cenas do filme: Um doce novembro.



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