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domingo, 20 de novembro de 2011

Para Gigia e Doda



Tenho uma certa facilidade para escrever, mas se existe algo que consegue me travar é quando preciso falar de minhas filhas. Ainda não tinha parado para fazer um texto sobre elas até hoje por dois motivos principais: covardia e insegurança. Sempre que pensava em sentar (e isto está acontecendo comigo nesse exato momento), ficava com a forte sensação que, por mais que eu organizasse as ideias para falar sobre Giovana e Isadora nunca poderia dimensionar o que elas de verdade significam na minha vida. Tentei por várias vezes e sempre recuava e não escrevia. Tenho a impressão que serei injusta ou que serei excessiva nos comentários. Então, tomando o cuidado de pedir desculpas a elas caso eu me exceda ou caso eu seja falha, vamos lá. Resolvi falar separadamente sobre cada uma. Assim posso me desamarrar e seguir em frente.
Giovana, ah essa menina! Que também conhecemos aqui em casa por Gigia. Hoje já pré-adolescente. Desde muito cedo foi uma menina meiga, inteligente e companheira. Dentro de um contexto familiar que foi modificado já após o seu nascimento, ouso dizer que algumas decisões foram tomadas em acordo com ela, mesmo sendo muito pequena. A vida seguiu por uma rua que nos mostrou uma encruzilhada e eu tinha que me decidir por qual via seguir. Só tomei algumas atitudes depois de conversar e consultá-la. Óbvio que decisões importantes não podem ser colocadas sobre uma criança, seja de que idade for, mas foi conversando com minha filha mais velha que eu pude entender que tinha em casa uma menina muito esperta e que fosse qual fosse o caminho que escolhesse, sempre poderia contar com ela e que a forma como ela sempre me olhou diretamente nos olhos me dava segurança para isto. Temos nossos momentos de desentendimentos entre mãe e filha, que são comuns. Sei que toda criança na fase em que ela está precisa descobrir o mundo e o meu respaldo e olhar de mãe-leoa, muitas vezes, é um pouco exagerado. Confesso que eu não sabia que teria tanta dificuldade em lidar com essa fase, mas admito minha fragilidade diante da incerteza que bate na criação de uma pré-adolescente. Aos poucos, com a ajuda da própria Giovana estou seguindo em frente. O que posso dizer sobre Gigia? É uma filha que joguei a forma em cima, aparei rebarbas e sobrou essa maravilhosa pessoa, que cada dia mais eu aprendo a ver como pessoa, antes de enxergar como filha. Gigia é meu Amor Eterno.
Isadora, nossa jabuticaba (por causa de olhos enormes e negros), também conhecida como Doda aqui em casa. Bem, falar de Doda é extremamente complicado, porque essa minha caçula é simplesmente indescritível. Ela nasceu já no momento de transição de vida. O conceito que ela tem de família é totalmente diferente que o da irmã, pois nasceu numa família composta de mãe e irmã. Eu já tinha feito a escolha naquela encruzilhada e ela veio como se Deus quisesse me presentear. Dona de um humor oscilante, que varia entre o “amarrar o burro” e na maior parte do tempo entre piadas, cantorias, assobios e tiragens (muito parecida com meu pai, que ela não conheceu, porque ele se foi antes mesmo de Gigia nascer). Impossível sentar à mesa para fazer qualquer refeição sem sair com dor de barriga de tanto que ela nos faz rir. De personalidade forte, faz suas próprias escolhas no que diz respeito às suas relações de amizades. Nunca ou quase nunca me deixa “colocar a colher” no meio. Tem um jeito de se vestir muito a seu estilo (quase sempre bem moleca), mas de vez em quando eu e sua irmã nos deparamos com uma Barbie andando pela casa de coroa, varinha de condão e pantufa no pé. É uma criança saudável, que gosta de brincar cada dia com um brinquedo diferente. As vezes o silêncio impera pela casa. Procuramos por ela e está metida no seu quarto brincando com seus amigos invisíveis. Ela se mete nos meus textos. Agora mesmo enquanto escrevo ela está aqui corrigindo o fechamento das aspas. Lê com melhor desenvoltura que eu e escreve produções de texto desde os cinco anos. Adora estudar, mas tem uma preferência pelas aulas de arte e vive criando. Sua perseverança causa inveja. Passou uns dois anos me pedido para colocá-la para nadar e eu, o mesmo tempo enrolando. Resolvi, num belo dia, atender seu pedido e ela saiu como um girino pela água. Quase infartei. Em tudo que ela se mete ela se destaca (parece exagero de mãe. Percebe minha covardia citada acima?). O mestre de capoeira vive enchendo a bola dela. Doda herdou da mãe a timidez e quando precisa se expor em público trava. É incrível! Doda é meu presente de Deus.
Enfim, acho que consegui finalmente falar das minhas filhas. Claro que se estivesse escrevendo no papel ele estaria molhado a esta hora, tamanha é a baba por elas. Ainda tenho muito a dizer sobre ambas, mas se pudesse resumir em uma palavra o que é ser mãe de Giovana e Isadora, esta palavra seria: REALIZAÇÃO.

San Carvalho
Outubro/2011

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