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domingo, 20 de novembro de 2011

Relações Fantasmas

Não sei se ando sem tempo, com preguiça ou com ideias demais borbulhando na minha cabeça. Ainda não defini bem ou talvez sejam as três coisas ao mesmo tempo. Sei que faz alguns dias que estou doida para sentar e escrever um monte de coisas, mas por algum ou por todos estes motivos não tinha conseguido fazê-lo.
Durante algumas conversas com amigas mais próximas cheguei a conclusão que está se inaugurando nesses novos tempos tão contemporâneos, até demais para meu gosto, diga-se de passagem, um novo tipo de relação, que eu nomeio de “relação fantasma”. O que seria essa nova, confortável, mas para algumas mulheres, incômoda modalidade de relacionamento? Ora minha gente, se você ainda não viveu uma dessas é porque é jovem demais para ter chegado lá ou porque está estabilizado o suficiente emocionalmente, mas é provável que ainda aconteça com você.
Duas pessoas se conhecem, trocam telefones. Pode ser numa fila de validação de ticket de estacionamento, pode ser numa lanchonete ou num momento de lazer qualquer. Ambos se interessam um pelo outro. Tudo fica mágico. Inicia-se uma paquera digna de letra de música sertaneja. Até aí nada de errado. E de errado talvez não tenha mesmo nada. Mensagens nos celulares, jantares, passeios, noites e noites vão se passando. Meses até. O que não se define nesse tempo todo é o nome dessa conversa. Entre tantos encontros não se fala em nenhum momento no significado do que existe entre ambos. Este é o que eu costumo chamar de “relacionamento fantasma”. Confortável para alguns homens, que não querem se comprometer seja lá porque motivo for, mas muito incômodo para suas parceiras. Percebo um certo ar de retrospectiva na moda, no comportamento e até na vontade de algumas mulheres em se relacionarem. Está na moda querer namorar. Só não avisaram para esses, digamos, desentendidos homens, que vão deixando o tempo passar enrolando essas mulheres. Meu conselho, se é que isso seja possível ou válido? Caiam fora meninas! Não queiram para vocês uma relação dessas, porque o tempo passa depressa demais. A vida é muito intensa e você é mais que isso. Você não pode ser desconsiderada desse jeito. Não se deixe transformar numa pessoa disponível a um indivíduo que só tem tempo e delicadeza para você quando bem lhe convier.
É fácil para mim sentar aqui e teorizar sobre algo que está acontecendo com você nesse exato momento. Não, não é fácil não. Até porque eu costumo escrever sempre sobre o que observo, sobre o que penso, mas sobretudo sobre o que vivo ou já vivi. Não é fácil, nem simples dizer que queremos ser amadas, cuidadas, mesmo sendo mulheres independentes financeiramente, mesmo que sejamos donas de nosso próprio nariz. Isso não confere um cartão ouro/fidelidade a nenhum fulano para que ele ache que só porque não dependemos dele para nada também não queremos andar de mãos dadas, não queremos ser olhadas com carinho, admiração e respeito. Se ficar sem uma companheira foi uma opção dele, então ele que pegue seu boné que a fila vai andar.
Estava lendo Martha Medeiros um dia desses, que fala sobre uma conversa dela durante um almoço com duas amigas, onde elas comentam sentir saudade de beijo em pé. Também sinto saudade de ver pessoas se beijando em pé, que não sejam recém-namorados ou recém-casados. Sim, vamos reivindicar nossos beijos em pé. Se quisermos uma relação contemporânea, mas verdadeira, então que sejamos capazes de dizer não às relações sem nomes, fantasmas e cobremos o beijo em pé de nosso parceiro, seja ele de hoje ou de 20 anos de união.
O importante é que estejamos numa relação onde nos sentimos completadas, inteiras e não um pedaço de alguém. Sejamos mulheres capazes de substituir aquele número no celular por outro, talvez até ousar mandar um sms dizendo: faça-me uma gentileza: me coloque fora da sua lista de pessoas em “desuso” e não tenhamos culpa ao não atender aquela ligação não identificada. Ela pode ser de um fantasma.

San carvalho
Novembro/2011.


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